quinta-feira, 14 de julho de 2011

Já nem sei...

...mais o que é passar um dia sem ouvir sua voz de encontro aos meus ouvidos. O tilintar de ressonância de suas palavras me pegam de modo inesperado e confuso. Queria ao menos entender porque isso se tornou tão forte. Discutimos de forma indesejada e evitável. Meus sentimentos por ti são mais que verdadeiros. São enlouquecedores e só de te imaginar de outra forma, me faz correr uma força estranha de tremer por dentro que assusta. Um frio na barriga também me vem à tona e só então eu me dou conta novamente que isso tudo já está muito mais fora de nosso controle do que imaginamos.
Vou dormir após horas falando contigo pelo celular e discutindo nossas vidas. Então, eis que me chateio e ajo de modo inconseqüente. Depois me arrependo, mas sua voz já se fez muda do outro lado da linha, você dorme agora... Eu reúno a insônia com os meus obsoletos pensamentos e caio num mar de contradições. Minhas palavras então mergulham num outro mar... Este de mágoa e culpa e você continua lá... Em minha mente. Calado, confuso, esperando algo de mim. Algo que eu sei que posso dar-te, mas meu orgulho se faz egoísta. Tenho medo de te acordar e receber palavras amargas e frias como respostas. Então tento adormecer... Tarefa árdua e complicada. Reviro-me entre lençóis que me trazem um cheiro que me lembra você.
No entanto, quando eu menos imagino e mais quero, o telefone faz um barulho estranho. Ele chama por mim. Quando noto o identificador de chamadas, me surpreendo, é você. Minha pulsação acelera e a respiração ofegante então fica... Atendo a chamada, confusa e com o dedo polegar fazendo pressionar uma tecla que possibilitará novamente ouvir tua voz. O silêncio se faz e meu coração bate de um jeito estranho e bobo. A emoção de te ouvir toma conta de todos os meus mais privados sentidos. Você então diz suas belas palavras. Aquelas três palavras que me fazem ver novamente todo o sentido de viver isso tudo.
Sua voz agora, diferente de antes, é mais firme e precisa. Transmitindo em mim certa necessidade de ter-te em meu lado. Questiono, opino e até ouso me renegar. Mas então, te falo o que precisavas ouvir e o que eu precisava falar. Desculpo-me e sua voz agora se embaraça num misto de surpresa e entendimento. Sua resposta me faz sentir aliviada. Ou és demasiadamente maduro ou simplesmente me amas demais para dizer algo contrário a tudo isso. Volto então a sentir-me amada por ti e repenso nas bobagens que cometemos reciprocamente.
Porém, me fazes umas perguntas estranhas e como não poderia ser diferente, respondo estranhamente. Digamos que meia noite tem sido o meu horário de reflexão. Então, sem alardes, me perguntas o “por que” disso ter se tornado tão forte e eu respondo que não sei. Pergunto-te então se deveria ter sido assim e você me dá uma resposta negativa. Eu te pego de surpresa e faço uso de palavras que ouvi de sua boca uma vez. “As coisas acontecem porque devem acontecer”. Pois então é o que eu penso e te pego abruptamente desprevenido.
Se tudo aconteceu da forma como aconteceu e tomou essas proporções, foi porque assim deveria ser. Nada é por acaso, tudo tem justificativa e conosco não poderia ser diferente. Você então entra em acordo comigo e se dá conta da força de nossas palavras que podem sim se voltar para/contra nós como ações. Tudo então volta ao normal. Docemente, calmamente. Deixa-me mimar você? Não precisa pedir isso eu já faço simplesmente como conseqüência desse amor por ti que eu já nem sei...

Belma Andrade


É, parece que vou ter que esclarecer umas coisinhas novamente... Estes textos que venho postando (com excessão do que foi feito em parceria com o Matheus Pereira) são antigos... Não tem nada recente. São de um caderno que há muito tempo rabisco umas coisas e comecei a digitar e estou postando aos poucos no blog. E não, eu não estou triste e por isso tenho escrito certos poemas tristes. São fases da vida pelas quais todos estamos sujeitos e como vejo das minhas palavras, o meu refúgio, extravazava tudo por intermédio delas, só isso. :)

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