terça-feira, 27 de setembro de 2011

Eu quero...

Quero poder
Decifrar códigos e signos
Que vão além
Da percepção usual
Que se tem
Sobre o mundo.
Quero ler sorrisos
E interpretar olhares.
Quero enxergar a alma
E sentir palavras
Que transbordam
Pelos poros
De quem pouco fala...
Quero ser uma pessoa
Que transpira sensibilidade
Por meio de simples
Gestos, toques e olhares...
Quero ser alguém diferente
Entre tantos iguais,
Que se dizem normais
Por assim como todos
Não terem essência...
Quero me destacar
Não com falsa beleza
Que o tempo apaga,
Mas sim, aquela
Que nem a morte leva...
Porque vem de dentro,
É algo que se sente
E não que apenas vê...
É, acho que foi isso
Que eu pedi ao nascer,
Porque tudo isso
É o que venho sendo...
Quero poder então,
Continuar a ser
Do modo que me faz
Ser tudo o que sou
E não perder jamais
A hipersensibilidade
Que essas noites
De céu estrelado
Transmitem-me...

Belma Andrade

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Minha Chave

Sim, eu tinha acabado de me trancar
quando você chegou.

Dentre todos os que vieram contigo,

tu chegaste leve, sem pretensões,

me chamou a atenção.

A menina de voz doce, de sotaque engraçado.

Passei a conhecer alguns traços teus,

senti tua personalidade, forte e encantadora,

encontrei similaridades, e mais similaridades...

sintonia, muita sintonia...

quando dei por mim, estava perdida

na vontade de te conhecer, conhecer teu mundo.

Me arrisquei novamente, sem  perceber.

Enfim, compartilhamos alguns poucos momentos,

tão surreais que ficamos nas vontades de mais uma vez,

e mais, e mais... Compartilhamos mais uns poucos...

agora me vejo encantado.

Tu que não permitiu que eu trancasse-me novamente,

foste minha chave,

me abriu o coração, leu meus olhos,

me inspirou novamente...

é um presentinho da vida.

(enviado pra mim - Autor Omitido)

sábado, 24 de setembro de 2011

Sustos?


Coincidências?
Acontecimentos iguais?
Pensamentos similares?
Atitudes parecidas?
Similaridades “assustadoras”...
E é por isso
Que eu nunca desisto
De conhecer
Sempre novas pessoas...
É por esse
E outros motivos
Que quando eu quero,
Quando eu imagino,
Eu vou atrás,
Ou simplesmente
Faço por onde...
Como sempre dito:
As pessoas me assustam!
Sustos bons,
Sustos ruins,
Sustos!
E surtos
Com os sustos
Que assustam
Por tanto assustar...
Apenas assustam
Por tanto serem
E tanto parecerem
Ser.

Belma Andrade

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Roda gigante

Vivemos cada um numa roda gigante. Ela é o nosso mundo particular. O que conhecemos e fazemos girar. Ficamos no centro. As cadeiras que giram em torno dele sem parar são as pessoas que quando estão muito presentes em nossa vida, ficam no topo, e as que não, descem. Sabendo, porém, que todos têm seus altos e baixos e por isso vivem subindo e descendo no nosso ciclo vital.
        Os ferros que ligam o centro (nós) e as cadeiras (os outros) são os acontecimentos. Assim como na roda gigante, eles que vão intermediar umas pessoas das outras. Os acontecimentos dos fatos. Você de alguém. O que torna possível o funcionamento contínuo das engrenagens são a energia e a força presente a cada dia que se passa. Há momentos em que a vida é tão agitada, tão descoordenada que ela acaba girando mais que o normal e as cadeiras que deveriam estar no topo, acabam ameaçando até sair da engrenagem.
        Outros momentos, em que o centro está sendo tão pouco trabalhado só fazem com que a roda ameace parar de girar, os acontecimentos de fluírem e as pessoas de nos rodear. É nesse momento então, que percebemos a necessidade da manutenção de rotina de nossa roda gigante. Tirar todos os ferros de acontecimentos enferrujados e trocar por novos e brilhantes. Reajustar a posição de certas cadeiras, e se necessário, tirar até algumas da engrenagem.
        Reavaliar o ritmo também é sempre bom. Levar uma vida agitada e sem muitas regras é dar um passeio constante numa inconstante montanha russa... Rápida, arriscada e que nunca se sabe se vai subir e se vai descer, se vão fazer curvas ou voltas. Porém, uma vida que sempre sobe e desce no mesmo ritmo, sem emoção alguma, é esperar que a roda pare de funcionar sem nem ao menos girar o suficiente.
        Basta então, saber regular o ritmo de uns dias, de umas giradas, das que parecerem mais importantes... E dos outros dias? Ah, deixa apenas girar e fazer com que os ferros que são os laços que te ligam das pessoas importantes não se enferrujem e que as cadeiras possam até trocar de posição, dando assim, uma nova chance a cada dia de o centro continuar funcionando e o mundinho particular girando, num duradouro passeio de roda gigante...

Belma Andrade

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Palavras perdidas

Não gosto do comum
Não me encanto com o usual...
Mesmo sem
A sonoridade da voz
De encontro aos meus ouvidos,
Consigo sentir
Esses pensamentos...
Esse carinho...
Consigo com a minha
Hipersensibilidade
Sentir quando as palavras
Estão prestes a fugir.
Só sei que elas
Mesmo que poucas
Já estão firmadas
Nessa minha cabeça firmada
De maneira emaranhada
Que se emaranham
Com outros pensamentos...
Dúvidas, incertezas,
Incógnitas...
Suscitação de outros desejos,
De desejos inesperados,
De não esperar,
O que pode vir...
Deixar fluir,
Deixar acontecer
E não fazer acontecer...
A naturalidade
Pode e deve
Ser tão encantadora...
Apreciar pequenas coisas,
Coisas em comum,
Numa comunhão de surpresas.
A similaridade
Na sensibilidade
Transmitida nas palavras...
Algo que encanta,
Que surpreende,
Que fascina...
Fascinações instigantes,
Jeito livre de ser
E deixar ser
O que tiver de ser...
E o que não tiver também,
Ou nem tanto. Que seja!
Que apenas continue sendo
E fazendo o que faz
Tudo isso ser feito...
Sem muitas palavras,
Nem muitos entendimentos...
Mesmo com estranhezas
E todas
Ou nenhuma incerteza...