sexta-feira, 25 de novembro de 2011



Muitas vezes queremos ter
Um mundo de tal
Realidade que é inventada.
Muitos esboçam esse mundo
Em diferentes lugares,
De diferentes formas...
Eu rabiscava em tudo!
Nas paredes do meu quarto,
Nas folhas de caderno,
Nas portas do meu armário...
Sim, em tudo!
Tudo o que eu desejava
Que fizesse parte
Da minha ilusão;
Ilusão imaginária essa,
Tão bem imaginada
Que era a minha vontade,
O meu estar, o meu mundo;
O mundo que eu rabiscava
E rabisco até hoje
Entre linhas imaginadas
Num roteiro que é tão meu...

Belma Andrade

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


Penso, penso,
Relembro momentos,
Penso em tudo
E sobre tudo.
Tento alcançar
Algumas palavras,
Alguns versos,
Quaisquer que sejam...
E elas se resumem
Numa só palavra!
É apenas ela...
Ela mesma: S A U D A D E.
Uma palavra
Que tudo resume,
Mas que abre portas
Para mais um bocado
De coisas que se misturam,
Confundem-se
E até se fundem,
Voltando a tona
A tal saudade...
Essa palavrinha
Que não tem noção
Do que faz
Os outros sentirem...

Belma Andrade

sábado, 19 de novembro de 2011


Falta.
Falta alguém do meu lado.
Faltam fugidas pra me ver.
Falta certo cheiro
Impregnado em mim.
Faltam uns olhares e mãos
Entrelaçados.
Faltam risos bobos e carinhos.
Falta algo/alguém aqui.
Falta...
Só sobra uma coisa:
Vontade!
Sobra vontade de tudo
E de tudo isso de novo...

Belma Andrade

quarta-feira, 16 de novembro de 2011


Tão perto, tão longe.
Um sentimento pairando
Em meio a tudo...
Uma lua em comum
Brilhando no céu,
Acompanhada de nuvens
E movimentos de rotação...
Movimentos que mostram
Que o tempo existe
Através dessa tal
Rotatividade de acontecimentos.
A contagem desse tempo
Acelera a ansiedade
Tanto daqui, quanto de lá.
Lá que está perto,
Que está longe...
Que está apenas
Onde no momento
Eu não posso estar;
Como corpo, como presença.
Mas tudo o que vem
Faz-me estar sim
Em forma de vontade,
Em forma de carinho.
De apenas querer estar
Cada vez mais perto,
Cada vez mais longe,
Para que o tempo
E suas passagens
E rotatividades de signos
Sejam presenciadas enfim
Em forma de presença,
Em forma de estar...
Estando aqui então
Como em nenhum
Outro lugar...

Belma Andrade

sábado, 12 de novembro de 2011

Por / para onde vou



O caminho é incerto
Ouso dizer duvidoso...
Mas quem se importa?
Tem curvas demais,
Obstáculos demais,
Depressões demais,
Mas é interessante...
Pode ser uma caminhada
Breve, que vai até
A próxima esquina apenas...
Mas pode ser também
Uma ida a um caminho
Um tanto quanto infinito...
Não sei bem o que sigo,
Acho que sigo mesmo
É a direção
De pegadas deixadas por mim
Numas outras andanças...
Não que esteja regredindo,
Mas apenas passando
Por lugares onde deixei
Marcas que pudesse seguir...
Talvez eu siga
O soprar do vento,
As constelações no céu...
Ou possa ser também
Que eu não siga nada
Que esteja apenas
Trilhando e descobrindo,
Abrindo novos caminhos
Por algo novo de novo.
São muitas possibilidades
De tudo que pode ser;
Ou também não ser,
Vai saber...
Pois bem, para onde vou,
Como vou, por que vou,
Por quem vou, por aonde vou
Eu não sei...
E nem desejo saber...
Estou apenas indo
E aproveitando a ida
Como a um passeio,
Que não se sabe
Aonde vai chegar...
Se é que vai mesmo
Chegar àlgum lugar...

Belma Andrade