domingo, 10 de novembro de 2013

artigo indefinido

Um calendário. Um café. Um vinho. Uma mensagem. Um ônibus. Uma despedida. Uma ligação – várias ligações -. Um reencontro. Um frio na barriga. Um café. Um calendário. Um ônibus. Um sorriso. Dois sorrisos –num só -. Um desejo. Um “pra sempre”. Uma história. Um calendário. Um ônibus. Um cheiro. Uma mão. Duas – quatro delas -. Uma carta. Um arrepio. Um peito apertado. Uma saudade. Muita saudade. Um amor. Um café. Um ônibus. Um afago. Uma saudade. Um fim. Uma volta. Muitos fins – já sem volta -. Uma negação. Um amor. Uma saudade. Um choro. Muitos choros. Um fígado – partido -. Um coração – dilacerado -. Um olho – este inchado -. Uma insônia. Uma cama. Uma saudade. Um amor. Uma falta. Um pedido: Volta! Uma volta. A volta. Um amor. Uma ida. Uma saudade. Um calendário. Um ôni... bus. Uma S A U D A D E. Um amor. Uma falta. Um coração. Um aperto. Muitos apertos – num só peito -. Um amor!


Belma Andrade

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Re(verso)


Um dia, eu sei,
Essas lágrimas irão secar.
Uma hora, bem sei,
Eu não vou mais
Só em ti pensar.
Tudo aqui, sabemos,
Funciona ao revés.
Porque por mais
Que eu prometa
Que não vou ficar mal,
É porque assim já estou.
E por mais, também,
Que eu diga
Que não quero mais,
É porque nunca quis tanto.
E quando finjo
Que nada sinto,
É porque sinto muito
Por ainda sentir...
E, amor meu, se bravejo
Estar tudo bem,
É porque não me vejo
Sem ti, ficando bem.
Mas eu sei
Que como tudo é o reverso,
Um dia, em cada verso meu,
Não terá mais uma lágrima.
Versificarei, então, uma calma
Que brotará na alma
E tudo sentido

Se reversará.


Belma Andrade