sábado, 31 de março de 2012

Apenas sorria!


Muitas vezes cavamos
Um vazio dentro de nós...
E a cada dia que se passa,
Aprofundamo-lo mais e mais...
E aí, com o que o preenchemos?
Com o medo, com incertezas,
E dúvidas obscuras...
Tudo o que nos tira a paz,
Tudo o que vive pelas sombras,
Escondendo-se e atormentando-nos.
Esse vazio é como um depósito
Que quando deixado aberto,
Pode permitir escapar
Tudo o que enterramos...
Devemos então sorrir,
Mesmo que por dentro
Estejamos tão profundamente
Atolados de sentimentos
Entregue às sombras...
O sorriso preenche de luz
Todo e qualquer espaço
Que esteja escuro
Dentro de nós...
E nos mostra então que
Só deixamos escapar a tristeza
Por falta de luz,
Por falta de sorrisos...
Para que entregar-se
Àquilo que atormenta a alma,
E que tira a calma,
Enquanto podemos sorrir?

Belma Andrade

sexta-feira, 30 de março de 2012


Estou parada.
Estou pensando
Qual lado seguir...
Encontro-me sem forças
Numa via
De mão dupla
E pensamentos
Bombardeiam-me.
Ouço o sussurrar
Do vento
Em meus ouvidos...
Ele me conta
Seus mais íntimos segredos...
Confidencia-me
Numa bifurcação
De sentidos
Ideias e decisões...
Está tudo
Em minhas mãos...
...eu sei!
Mas... E agora?
É isso o que
Eu não sei...
Qual caminho seguir,
Qual motivo pra sorrir,
E qual decisão
Deixar se esvair...

Belma Andrade

domingo, 25 de março de 2012


Acabaram-se minhas inspirações?!
Uma explosão de ideias
Que me roubam a atenção
Mas que me deixam na mão
Por serem difíceis de organizar...
Pulo da cama, salto de um sonho,
Corro em busca de uma caneta
E de um pedaço de papel qualquer...
Encontro então meu querido amigo
Meu caderno de rabiscos,
Lotado até as bordas
De tantas palavras sentidas...
E como num lampejo,
Não sei mais o que escrever;
E agora, o que fazer?
Voltar a dormir e esperar
Que as palavras me furtem
Novamente os sentidos.
É, ou minhas inspirações
Estão chegando ao fim,
Ou estão vindo em demasia
E eu não estou conseguindo
Organizar no momento...
Mas eu tenho paciência
Com minhas palavras perdidas
E aprendi a conviver
Com meus poemas e poesias
Que até mesmo quando
Eu não tenho a pretensão
De escrever nada demais
Eis que surge algo em destaque
Entre pensamentos banais...

Belma Andrade

domingo, 18 de março de 2012

E a sua mente, mente?



Queria ter o poder de ler mentes. Acredito que assim me livraria de uma diversidade incrível de pessoas que só sabem contradizer aquilo que pensam. Gente que nega atitudes, nega fatos, nega tudo, mesmo sabendo do que se passa em mente... Mente essa que não mente. Essa que eu queria ler, muito embora saiba eu que sinto o que muitos não sentem por observar um tanto mais... Mesmo assim queria ler mentes e me livrar um pouco mais de tanta gente que por falta de mentes, só mentem...


Belma Andrade

quarta-feira, 14 de março de 2012


Um olho arregalado
E, sobretudo curioso.
Olhar ingênuo, talvez.
Miragem de criança...
Um par ocular
Atravessando cores.
Cores coloridas, aliás.
Vidraças lustrosas,
Sensações de alegria.
Uma película transparente
Que reflete uma luz
Um tanto incandescente.
Mira, pequena,
Descobre essas cores!
Cores transparentes,
Transbordando brilho.
Permite que te invadam
E envaidece
Tua miragem
Com um pouco de coragem
Para algo lá
Poder decifrar
E tirar o enigma
Das cores de teus olhos...


Belma Andrade

sexta-feira, 9 de março de 2012

Por que em alguns casos
Dias parecem semanas,
Semanas parecem meses
E meses a eternidade...?
Por que o dia não parece mais
Ter vinte e quatro horas?
Parece até que as
Vinte e quatro horas
De um único dia
Transforma-se na soma
De vinte e quatro dias...
É como se o tempo
Se rastejasse mais devagar
Que o possível...
E daí, quando ele
Finalmente resolve passar,
Escorre por entre
Nossos dedos das mãos...
Caminha devagar
Quando necessita correr
E corre em disparada
Quando desejo que pare...
Ele brinca com o acaso
E faz pouco caso
De quem dele precisa
Para passar o tempo
Do modo que se quer...


Belma Andrade

sábado, 3 de março de 2012

Amor e Poesia


Ainda me perguntam se eu gosto de poesia... Se eu acredito em amor... Bom, eu gosto do soprar do vento, do barulho de água caindo, do cheiro de natureza, de cores, de leveza, de flores, de doces e de todas as emoções causadas por tudo isso e muito mais... Acredito que a apreciação dessas pequenas coisas pode mudar o mundo. Transformar realidades. Arrancar sorrisos e vontades... Pois bem, acredito que tudo isso é poesia e acreditar nela é uma forma de acreditar no amor. Identificar o amor presente, apontar para a fé e bater asas em busca de tudo. Isso pra mim é poesia. Isso pra mim é amor... É, acho que descobri uma relação afetiva entre o Amor e a Poesia. Um caso apaixonado e apaixonante, talvez. Um vínculo que eu gosto. E acredito...

Belma Andrade