domingo, 28 de dezembro de 2014

des(culpa)

E eu às vezes,
Me pego pensando
No meio daquelas
Viagens tao longas,
De olhos na janela,
Em todas aquelas
Suas queixas
E a falta
Que você me fará
Durante toda a semana.
Coisas que parecem
Tão óbvias
De serem resolvidas,
Mas que pra nós,
Tomam uma proporção
Assim, tão grande -
Igual essa estrada entre nós- ...
Desculpe a hora,
O atraso, tudo!
E até os meus trejeitos,
Mas espero que
Ainda dê tempo
De dizer que sou louca
E até te entendo
Por às vezes explodir.
Mas é que eu
Te amo tanto...
Que já nem caibo
Aqui em mim!



Belma Andrade

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O que bate ao lado esquerdo


Eu não sei bem se tu sabes,
Mas meu corpo e sangue
Aspiram por todo o teu ser.
Sou feita de carne e osso, bem sei,
Mas é como se o físico, o tocável
Não chegassem próximo
Do que é sentido, pulsado
Aqui dentro, deste lado.
O que me vem em mente
Quando abro os olhos
E os fecho, em seguida,
Todas as manhãs, e madrugadas,
Respectivamente,
É o quanto de amor
Eu posso sentir por uma só pessoa.
Mas preciso identificar que
O que nos rodeia, não precisa
Ser trancado, moldado, definido.
Aliás, nada precisa nos rodear!
A necessidade física pode esperar
E o sentir, o amar, o cuidar...
Devem ser maiores em absoluto.
O que sinto, então, sabemos
Ultrapassa corpo, sangue, carne, osso...
Só não deve ultrapassar
Ao ponto de se dispersar, disparar!
Fecha os olhos junto aos meus
E sente o pulsar das batidas
Deste tão frenético e descontrolado
Que habita no íntimo, logo ao lado

Desse lado esquerdo palpitante.


Belma Andrade