segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

habeas ALMA

Entrego-me para fusão
Não para posse
Os cálculos sentimentais
Ora mata ora adoece
Te joga no cárcere
Não decoro formulas
Porque a vida é mutante
Não me sinto seguro
Porque sou alma liberta
Não me fale de velocidade
Porque sou rítmo sem métrica
Não vou medir a dor
E perder o grito
Não vou dosar o sorriso
E perder a lágrima
Minha medida é viver transbordando...
Entregar-se ao que liberta
E tragar cada momento novo que chega
sem artificio de conquista
meu caminho nao tem fim
vou nas asas do ir.
Sorrindo ando...
chorando indo...
voo,vou...
 
Eri Mota



Não poderia deixar de postar esse texto de um amigo que me deve textos e quando dá paga a dívida aos poucos me surpreendendo a cada e-mail... Está aí, moço! ;)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Cinza


Uma “ausência de calor”
E então a presença do frio
Fez-se.
Deve ser por que
Acabei por definir
O cinza como sendo
A cor do frio;
Ou nem defini,
Apenas senti.
Senti minhas mãos cinza,
Meu corpo cinza,
O céu de nuvens cinza
E até mesmo meu quarto
Estava de um cinza
Mórbido, quieto, frio...
Como me senti, então?!
De um tal cinza,
Inerente ao meu estado,
A uma falta,
A uma forma
Que sentiu ausência,
De algo que se foi
E deixou apenas a cor
Fria, quieta, calada...
Não há uma tristeza
Por assim dizer de fato...
Há apenas uma falta.
Acompanhada da esperança
De esse cinza criar vida
A partir de quando
O calor de novo se faça
E a falta se desfaça
Indo embora essa cor
De tão pouco amor
Que é tão cinza...

Belma Andrade

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A noite caiu
A lua me sorriu.
Fechei os olhos
E olhei pra mim;
Pra o meu eu interno.
Perguntei “quem está aí?”
E a pergunta ecoou
E minhas respostas
Embaralharam-se.
Percebi então que sou
Um tanto mais profundo
Do que eu imaginei...
Abri de novo os olhos
E tive muitas dúvidas
Sobre o meu outro eu.
O que eu fiz?!
Tornei a fechá-los.
Dessa vez não perguntei
Absolutamente nada.
Apenas esperei enxergar
Alguém omitido
Dentro do meu quem.
Quis saber até
Se esse eu que eu
Comecei a notar era
Maior ou proporcional
Ao que eu apresentava
Ao mundo externo...
Mantive os olhos fechados,
Olhei pra mim,
Voltei-me pra mim,
Muitas respostas me vieram,
Mas, novamente,
Elas embaralharam-se...
Foi aí que eu percebi
Que o que eu mostro
No meu eu externo
É apenas reflexo daquilo
Que vou captando
E também assimilando
Com o que o meu
Eu interno
Vem me mostrando...
Muito de mim
Eu ainda tenho
Por descobrir...
Muito de mim
Ainda está por se fazer...
Por enquanto vou apenas
Cumprindo a tarefa
De tentar entender
O que se passa dentro de mim
E transpassar para fora.
Fazendo-me esse ser
Que nada mais é
Que um todo
Interno por assim saber...

Belma Andrade

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

“Speculum”





Espelho.

Espelho que marca,

Espelho que revela;

Espelho que reflete,

Espelho que especula;

Espelho que esconde,

Espelho que encanta;

Espelho que magoa,

Espelho que atordoa...

Marcar uma alma.

Revelar uma calma.

Refletir uma verdade.

Especular uma vaidade.

Esconder um encantamento.

Encantar um pensamento.

Magoar uma mentira.

Atordoar uma verdade.

Espelho, especulo, reflexo
.
Sim, não, omissão.

O querer ser/parecer.

O ser, sem parecer.

O padecer num pecado

De envaidecer um passado.

O reflexo de hoje,

O real de ontem,

E o parecer de amanhã

Que se refletirá

Em um vidro qualquer

Ou nem tanto qualquer

Por ser espelhado...





Belma Andrade

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

                        E vai sempre existir aquela vontade de vencer o medo e vencer tudo aquilo maior que nós que nos rodeia... Vai existir sempre também a necessidade de se fazer maior e mais poderoso do que as pequenas coisas que nos arranca arrepios. Os dias quentes e as noites frias sempre virão... Sim, sempre. Mas para cada qual existirá algo proporcional... Algo que nos faça sentir amparados; sem nomeações ou definições frustradas... É apenas uma força maior atuante sobre nós. Apenas uma força que nos faz pensar e acreditar que não importa o tamanho do nosso frio porque haverá SEMPRE um cobertor adequado a ele. E é isso que nos fará seguir e é essa impulsão que nos levará adiante um dia após o outro...

Belma Andrade

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012


A minha felicidade
Ilumina os olhos teus.
A minha sensibilidade
Encanta o coração teu.
As minhas palavras
Encontram os ouvidos teus.
Os meus sorrisos
Apenas partem dos teus...
Quando o que antes
Era só eu/meu
Passar a seu teu,
Cuidado...
Teus olhos iluminar-se-ão
Demais com a minha felicidade;
Teu coração encantar-se-á
Demais com a minha sensibilidade;
Teus ouvidos encontrar-se-ão
Demais com minhas palavras;
E os teus sorrisos...
Ah! Quando partirem dos meus...
Farão com que eu
Me/te perca demais
Numa imensidão fugaz
De amor e de desejo
E como num lampejo
O que era teu, passará
A ser meu por eu roubar
Cada vez mais o teu ensejo...

Belma Andrade

domingo, 1 de janeiro de 2012

O ano está se findando? Novos dias estão começando? São datas iguais em anos diferentes que se repetem... O que deve se renovar e tornar datas iguais, diferentes, é a esperança... Não aquela do verbo esperar, porque esperar que as coisas melhorem e os sonhos se realizem não é ir atrás, ir à busca... Buscar o que se almeja e fazer por merecê-lo é que é a esperança de dias melhores. Sempre pedimos por um ano novo mudado e renovado; mas, quantas vezes nos vêm a mente a ideia de mudarmos e nos renovarmos? Quantas vezes decidimos agir para melhor e fazer melhor ao invés de apenas pedir, de só esperar... Os dias estão aí, o tempo está passando, e a chance de um ano melhor está apenas nas mãos de pessoas melhores... Inove, se renove e sonhe... Mas busque alcançar seus sonhos, porque os anos se passam, mas sempre renovam a esperança de fazermos melhor no ano novo, de novo...

Belma Andrade