sábado, 29 de outubro de 2011



O dia hoje resolveu sorrir;
Amanheceu, acordei,
Saí do escuro do meu quarto,
Olhei pro dia,
Abri aquele sorriso,
Que contraiu todos
Os músculos de minha face...
E o dia está sorrindo tanto
Que o sol resolveu brilhar,
Os pássaros cantar
E eu tudo isso apreciar...
Mas o dia não está
Sorrindo apenas pra mim...
Está para as flores
Do meu jardim,
Praquela criancinha que corre
Despida de tristeza,
Correndo e sorrindo
Um riso gostoso que contagia
Quem estiver ao redor...
Volto pra dentro
E volto rindo...
Cantando uns versos simples
Tão inspiradores
Que fazem meu corpo
Parecer até flutuar...
É, acho que o dia
Hoje acordou mesmo sorrindo
Ou fui eu quem acordou
Um tanto mais feliz...
Por quê? Pra que?
Vai saber...
Vai ver quem está lá fora
Nem esteja apreciando
O belo dia que hoje sorri...
Espero apenas que assim
Como ele acordou, ele durma
E eu continue sorrindo...

Belma Andrade

quarta-feira, 26 de outubro de 2011


Sabe... Acho que tem umas palavras querendo falar comigo... Elas me batem a porta sempre com a mesma ideia de que me trazem algo pra falar... Muitas vezes elas vêm até camufladas... Certa vez me vieram em forma de olhares... Estranhei, mas li o que estava escrito e elas me disseram tantas coisas que pareciam mais não terem fim... Mas os olhos se foram e elas me vieram então, em forma de sorrisos; largos, tímidos, porém espontâneos e também diziam tanto que li muitas e muitas coisas neles... Houve até a vez em que elas me vieram em forma de silêncio. Ora, veja só que audácia, pensei... E que dificuldade a minha em tentar entendê-las, então... Mas eu sou teimosa, insistente e paciente... Li, li, e até reli o que parecia não dizer nada... Foi aí então que eu vi que quando menos achamos que se tem a ler, é quando mais se tem a interpretar... Pois é, me vieram então, palavras de várias formas! Elas gostam, acredito-me, de falar comigo e eu gosto mais ainda de ouvi-las! Sou uma boa ouvinte, não nego. Boa intérprete também. Ai, ai, mas continuo a pensar que ainda têm mais palavras querendo falar comigo... Só que elas vêm aos poucos, de modo lento, vagaroso... Mas eu gosto de esperá-las, ansiosa por saber o que elas querem tanto me dizer... Deixo então que falem comigo e que venham da forma que desejarem vir... Que me olhem, sorriam, se calem, me calem, transformem, demorem, mas que venham. Apenas venham. Porque estou aqui, pronta para interpretá-las, o tempo todo!

Belma Andrade

segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Se eu quiser eu posso ser
O vento que sopra e levar
Todo o mal e angústia
Que te rodeia e pesa
Dentro do teu ser...
Se tu quiseres eu posso ser
O ar gélido que perpassa
Por entre teu corpo
E fazer arrepiar
Todos os teus sentidos...
Se ele quiser eu posso ser
O ventinho quente que o encontra
Fazendo brotar lá
Não mais que aqui
Tais largos sorrisos...
Se nós quisermos eu posso ser
Todas as formas de soprar;
Leves, fortes, frias, quentes...
Aconchegar, esfriar, arrepiar...
Só não deixar de passar,
Pra deixar de sentir...
E entender o que sente?
Será possível? Será necessário?
E se o entendimento,
Trouxer um ar que faça
Parar de sentir,
Ou sentir de mais leve...?
Deixa apenas passar,
Deixar o vento soprar
E levar ou trazer
Coisas boas pra se dizer...

Belma Andrade

sábado, 22 de outubro de 2011


Quero descobrir
Um lugar diferente
Para estar...
Mesmo que eu
Me/te perca
Dentre todas as coisas
Que eu costumo desejar,
Ainda assim quero encontrar
Um lugar bonito
Pra te levar...
Sem mais ninguém,
Onde dê pra ver
E apreciar com querer
O céu e suas formas
Tão furta-cor...
Lugar ventilado, leve
Aconchegante, interessante...
Lugar simples
De se estar, de se ficar...
Quero descobrir também
Como te levar,
Como me encontrar
E como estar
Em um mundo até surreal
De um jeito informal
E deixar que os pássaros
Passem por nós,
Desatando os nós
De nossas gargantas;
Descobrindo então
Um modo de falar
Por tudo o que há...

Belma Andrade

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Falar, rir, gargalhar...
Surpreender-se, sorrir, gostar...
Um céu furta-cor
Bem acima de nossas cabeças,
Pra mostrar que o amor
É a mais profunda beleza...
Ouvir então a música
Que diz que o tempo não para
E perceber, também,
Que este corre freneticamente...
É de uma corrida
Muitas vezes inalcançável,
Quando vemos que o ponteiro
Já girou tanto,
Que o céu já está querendo
Ir dormir...
É então quando ele dá lugar
A toda aquela noite
Que abraça até mesmo
Quem não está por perto...
E observamos também
Que o tempo compartilhado
Passa bem mais depressa
Para quem sabe amanhã
Seja logo um novo dia...
Fazendo com que
O amanhã que queremos que venha
Não demore a chegar,
Para tudo então compartilhar
Novamente lado a lado...

Belma Andrade