terça-feira, 1 de outubro de 2013

...

E é como se a gente
Soubesse quase perfeitamente
Que o que temos
Não nos cabe mais dentro.

O peito estufou,
A garganta explodiu,
Num grito velado.

O que antes carregávamos
Dentro de nós,
Agora nos carrega
Pelas mãos.

Tudo o que temos,
Então,
Cabe dentro do mar.

Aquele mesmo,
De profundeza infinita
E que carrega
As dores do mundo.

Não cabe em palavras,
Nem mais no peito.

Mas isso não quer dizer
Que não tenha mais jeito.

É que tudo cresceu demais
E como não conseguimos
Guardar dentro d’alma,
Deixamos que partisse.

Pr’onde não deveria
Sequer ter saído:
De dentro do mar.
Num indo e vindo
Grandioso...
...e eterno!





Belma Andrade