segunda-feira, 27 de abril de 2015

Notas de esclarecimento:

*Não é porque eu sonho todas as noites passando pelo seu portão, que eu ainda quero te ver.
*Não é porque todas as coisas novas que eu faço/conheço, e que penso de cara "se você gostaria" de estar vivendo aquilo comigo, que eu ainda penso em você.
*Não é porque todas as vezes que eu ouço uma gargalhada, ou vejo um sorriso estampado no rosto de alguém, que eu ainda me lembro de como os teus olhos brilham ao sorrir. 
*E ah, nem pense que porque eu ainda corro todas as vezes em que o meu telefone toca, na esperança que seja você, que eu ainda espero que você me ligue.
- Aliás, será que você está lendo este poema?
Não, não ache que eu o escrevi para você. 
*Não pense também que mesmo depois de trinta dias que você disse "Adeus" à minha confusão, ainda continua servindo de inspiração para toda a arte que exala aqui de dentro.

*E, definitivamente, não é porque o meu coração acelera e o sangue congela toda vez que eu esbarro em algo que me faz lembrar você, que eu ainda te amo...



Belma Andrade

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Linha do tempo.


Têm sido dias difíceis...
Pensar em tudo, lembrar de tudo, conviver com tudo, aceitar TUDO. Não vou negar que com os dias amanhecendo e indo embora, têm me feito enxergar que no fundo, foi o melhor a ser feito. Destas vez doeu mais do que qualquer outra, porque quanto mais planos eu fazia ao teu lado, mais eu sentia que nunca mais nos separaríamos de novo...

O mais difícil de tudo é conseguir perceber que não estava nada fácil havia muito tempo. Enxergar também que era mais grave do que uma “simples crise” não foi tarefa fácil. Aliás, nada entre a gente foi vivido facilmente. Meus excessos não colaboraram em nada e agora só o que eu consigo sentir é o vazio.

Pois é, meus sentimentos são tão aflorados e intensos, que até o vazio é algo que se faz sentido mais até do que eu gostaria. Sabe a carta que te escrevi no dia dos três anos, em meio às lágrimas? Foi um apelo, um pedido de socorro. Eu tinha a consciência de que não dava mais para continuar, que a bagunça estava fora de controle e não havia mais jeito, mas e eu quis aceitar?! Como uma menina assustada e mimada, fui toda prepotente pedir (ou exigir) mais uns meses de aluguel para moradia dentro da tua tão grande confusão.

Eu já não te sentia aqui, comigo, há tanto tempo...
Confesso que passei a me apegar a uma esperança estúpida e inútil que passou a corroer tudo dentro de mim. Me agarrei a um fio mínimo que ainda nos unia, que era o amor. Não, não pense que eu estou falando que o amor havia diminuído. Não diminuiu! Pelo menos, não dentro de mim. O que aconteceu, foi que ele passou a ser o figurante desse romance tão desajeitado e desajustado. Não bastava mais o que a gente sentia, e você vinha me alertando... mas e eu prestei atenção?! O máximo que eu pude, foi sentir medo. E este, se uniu a toda a minha insegurança e azar no amor para irem juntos devastando o pouco de sanidade que me restava...

Em que o medo me ajudou? Em nada! Ele só piorou e tornou a situação cada vez mais difícil de ser contornada. Mas em que eu queria acreditar? Que sim... “era só uma crise”. Mas, Belma! Por Deus! Que mania imbecil de fechar os olhos e deixar se enganar tanto! Estava claro, estampado, em frente aos meus olhos e coração que tudo havia se arruinado de novo...

E o que veio a partir daí? A culpa... o desespero! Lembrei de todos os filmes em que assisti a respeito de estarmos perto da morte e a vida começar a passar em frente aos nossos olhos... que sensação terrível, difícil, angustiante. (Não estou dizendo que senti a morte. Não essa morte que conhecemos de mudança de plano espiritual, mas a morte relativa a queda. Ao chão se abrindo sob os pés...).


Vai ver eu tornei tudo tão intenso, que fugiu literalmente do meu controle. Vai ver também, eu nunca quis controle, mas sim, ter a certeza de que o sangue jorrava aqui dentro, o peito batia e a barriga esfriava quando eu te via... mas isso não foi suficiente para manter um relacionamento, mas para escrever uma entre tantas histórias descabidas de amor, quem sabe...


Belma Andrade