quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Roda gigante

Vivemos cada um numa roda gigante. Ela é o nosso mundo particular. O que conhecemos e fazemos girar. Ficamos no centro. As cadeiras que giram em torno dele sem parar são as pessoas que quando estão muito presentes em nossa vida, ficam no topo, e as que não, descem. Sabendo, porém, que todos têm seus altos e baixos e por isso vivem subindo e descendo no nosso ciclo vital.
        Os ferros que ligam o centro (nós) e as cadeiras (os outros) são os acontecimentos. Assim como na roda gigante, eles que vão intermediar umas pessoas das outras. Os acontecimentos dos fatos. Você de alguém. O que torna possível o funcionamento contínuo das engrenagens são a energia e a força presente a cada dia que se passa. Há momentos em que a vida é tão agitada, tão descoordenada que ela acaba girando mais que o normal e as cadeiras que deveriam estar no topo, acabam ameaçando até sair da engrenagem.
        Outros momentos, em que o centro está sendo tão pouco trabalhado só fazem com que a roda ameace parar de girar, os acontecimentos de fluírem e as pessoas de nos rodear. É nesse momento então, que percebemos a necessidade da manutenção de rotina de nossa roda gigante. Tirar todos os ferros de acontecimentos enferrujados e trocar por novos e brilhantes. Reajustar a posição de certas cadeiras, e se necessário, tirar até algumas da engrenagem.
        Reavaliar o ritmo também é sempre bom. Levar uma vida agitada e sem muitas regras é dar um passeio constante numa inconstante montanha russa... Rápida, arriscada e que nunca se sabe se vai subir e se vai descer, se vão fazer curvas ou voltas. Porém, uma vida que sempre sobe e desce no mesmo ritmo, sem emoção alguma, é esperar que a roda pare de funcionar sem nem ao menos girar o suficiente.
        Basta então, saber regular o ritmo de uns dias, de umas giradas, das que parecerem mais importantes... E dos outros dias? Ah, deixa apenas girar e fazer com que os ferros que são os laços que te ligam das pessoas importantes não se enferrujem e que as cadeiras possam até trocar de posição, dando assim, uma nova chance a cada dia de o centro continuar funcionando e o mundinho particular girando, num duradouro passeio de roda gigante...

Belma Andrade

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