Um lugar muitas vezes visto como misterioso. Causa medo em uns, arrepios em muitos outros. Tudo por causa do maldito frio na barriga diante do desconhecido... A pouca luz que entra pelas frestas destruídas em função do tempo e suas ações, faz parecer a tal “luz no fim do túnel”...

        Lugar pouco iluminado, pouco conhecido, pouco apreciado, porém muito interessante aos meus olhos e com muitas histórias pra contar... Umas verdadeiras, outras nem tanto, mas sempre histórias; que me suscitam curiosidade e me instigam a investigação e a apreciação.

        No subir das escadas, mais escuro. A passagem de ida e volta de morcegos não para. Um foco mínimo de luz vinda de uma janela com a vidraça quebrada. Poeira, teias de aranha, restos de galhos de folhas usadas como ninhos das aves que habitam esse lugar...

        O que é mais cômico nesse ambiente tão inóspito é o grande e bonito jardim que o rodeia. Nada muito bem cuidado e cultivado, claro. Apenas plantas diversas que nasceram, cresceram, morreram, adubaram a terra naturalmente para outras nascerem... Um ciclo vital num lugar visto como banal. Umas tentam entrar na casa, querendo descobri-la por dentro com seus galhos, talvez. Outras apenas enfeitam o jardim como um oásis no deserto.

        Histórias, mistérios, sensações. O desconhecido que me fascina, me encanta e não me deixa parar de pensar naquele diferente e para mim encantador lugar... Precisando de umas novas cores e de novos moradores além dos morcegos... Quero uma casa assim, um dia pra mim, rodeada de histórias, rodeada de mistérios.

Belma Andrade