quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Palavras interpretadas

Aqueles olhos...
Aquele abraço...
Aquele jeito
Meio sem jeito...
Queriam me dizer
Alguma coisa...
Tentei ler
As palavras gritadas
Por aqueles olhos negros...
Meu riso bobo,
Meio sem graça,
De um jeito tímido
No canto da boca
Também queria
Dizer-lhe algo...
Mas as palavras
De modo falado
Não é o foco...
A interpretação
Daqueles olhos negros...
Ah!
Vai bem além
Do que se pode
Ou não pronunciar...
Se as palavras custam sair,
Basta apenas deixar
Aquele riso bobo encontrar
Aqueles olhos negros...
Tão escuros e tão transparentes
Ao mesmo tempo...
Por serem de uma cor
“fechada” e incógnita,
Poderiam afastar
Quem quisesse interpretar...
Mas como pra mim
O nada é tudo,
Eles me pareceram
De uma transparência
Encantadora...
A alma me foi revelada
Com uma facilidade
Que não me fazia cansar
De tentar alcançar
O que a alma
Queria dizer
Através daqueles
Olhos tão negros...

Belma Andrade

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