quarta-feira, 22 de junho de 2011

Amor narcisista?


Sou minha melhor amiga,
Minha melhor companhia
E minha melhor inimiga.
Brigo comigo mesma, me traio,
Fico sem falar comigo.
Depois faço as pazes,
Mesmo que em silêncio,
E esqueço o que disse.
Julgo-me, me critico,
Acho-me prepotente e individualista.
Mas me amo e não consigo
Viver sem mim.
Conto-me os maiores
E mais íntimos segredos.
Guardo-me, me previno,
Mas me solto e me divirto.
Grito-me, me repreendo,
Mas converso e ouço meus conselhos.
Paro, penso, reflito...
E vejo que os que me cercam
Não chegam aos meus pés
Não podem mais do que eu,
Não são nada comparados a mim.
Quem disse isso?
Ah, eu mesma...
É, acho que eu me amo...
Amor narcisista?
É, pode ser...
Só assim espero menos
Das outras pessoas...
Cobro menos delas,
E o que não faço
E nem quero pra mim,
Também não quero pra elas.
Avalio-me primeiro,
Critico-me primeiro,
Entrego-me a mim primeiro...
Amo-me primeiro.
Só assim me salvo
Ao menos um pouco
De decepções e desamores.
Egoísmo? Frieza?
Que nada, realismo mesmo...
Se colocar os outros
Em primeiro plano,
Acabo me esquecendo de mim,
De amar a mim,
E isso não deve!
É, acho que me idolatro...
Mas quer saber?
Não me importo.
Estou bem aqui, comigo mesma.
Faço-me bem
E me quero bem...
Só assim o resto depois vem...

Belma Andrade

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