quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Espelhos d’água



Eles são os espelhos d’alma
                                     Pelo reflexo perfeitamente
Penetrado no vidro-reflexo.
Mas hoje, especialmente hoje,
Eles foram espelhos d’água...

E esta deve ser uma marca
Daquilo sentido deveras...
Mas, deverei eu refletir
Sem refletir sobre, antes?

Não há como mostrar algo
Num bloco de concreto.
Não há como tornar o negro
Uma plataforma transparente...

Reflexo existe onde existe refletor...
Ou será que reflexo se faz presente
Onde existe reflexão?!

Oh, caros espelhos,
                          Tão rasamente profundos...
Espelhos d’alma, espelhos d’água,
Que especulam meu eu
Tão refletidamente inocente.

Minh’alma apenas cansou
De transbordar em correnteza
                            Minh’água refletida...

Minh’alma esgotou,
Ou se fez esgotada
                  Por um marejar de espelhos
Que incessantemente, refletem
Estes tão belos espelhos d’água...

Belma Andrade

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