Hoje acordei e meus olhos queriam
conversar comigo. Não sei ao certo, mas eles me pareceram mais profundos que o
normal. É certo que com minhas olheiras, a profundidade em que eles se
encontram é corriqueira. Mas não, não eram apenas as olheiras... Me questionei,
então, se era a cor dos meus olhos que estava diferente. Sim, porque são de uma
metamorfose constante! Quando estão claros, sinto que estou bem, leve,
tranquila, mas quando mais escuros... É isso! Uma neblina sobre eles, talvez.
Algo se condensou. E tentei então, diante do espelho pedir para que ficassem
calmos. Que o reflexo estava entregando eles demais. Que deveriam manter mais a
calma e não deixar transparecer tanta falta de noites dormidas e até mesmo de
oceanos derramados... Deitei novamente. A cabeça fez um turbilhão e eles mais
uma vez marejaram! Estes que se mostram tão fortes, porém tão frágeis quando
algo bambeia. Por Deus, se acalmem! Mirem apenas belas lembranças e reflitam
isso, também. Assim, poderão continuar “tranquilamente” suas descobertas e
desvendar seus derredores.
Belma Andrade
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