E conversar comigo seria
como abrir o diário de um exagerado...
Meu sorriso não é pouco, no canto da boca,
um meio sorriso.
Minha lágrima não estanca, não vem pouca, mas derrama...
...e me
encharca o rosto.
Não sou mais um “eu”, apenas.
Sou todos que eu posso e também
que não posso ser.
Sou tudo, menos pouco. Menos metade.
Não adianta, eu choro
lendo romances.
Choro assistindo romances, choro vivendo romances. Choro.
Rio
muito, mas muito mesmo e por tudo.
Não sei mais viver e me entregar às bagatelas;
me policiando, periodizando...
Sou completa, me doo, me entrego em
demasiado, pra viver tudo.
Se não der certo, lá venho eu chorando de novo.
Derramando oceanos. Mas me entrego de novo e de novo e de novo.
Tudo em muito,
com muito drama, muito tudo.
Tudo ou nada.
E do nada ainda faço um tudo só pra
não ficar com pouco,
pra não falar pouco, pra não me derramar pouco.
Belma Andrade