E é como se a gente
Soubesse quase
perfeitamente
Que o que temos
Não nos cabe mais
dentro.
O peito estufou,
A garganta
explodiu,
Num grito velado.
O que antes
carregávamos
Dentro de nós,
Agora nos carrega
Pelas mãos.
Tudo o que temos,
Então,
Cabe dentro do mar.
Aquele mesmo,
De profundeza
infinita
E que carrega
As dores do mundo.
Não cabe em
palavras,
Nem mais no peito.
Mas isso não quer
dizer
Que não tenha mais
jeito.
É que tudo cresceu
demais
E como não
conseguimos
Guardar dentro
d’alma,
Deixamos que
partisse.
Pr’onde não deveria
Sequer ter saído:
De dentro do mar.
Num
indo e vindo
Grandioso...
...e
eterno!
Belma Andrade