Esse
ego tão translúcido e enegrecido ao mesmo passar de tempo me corroe e rompe
todas as algemas de previsibilidades que pudessem existir. Não sou eu. Aliás,
não sou um único eu. Sou vários. Sou infinitos. Muitos ainda nem sei que sou.
Só sei que muitos sou e sou de uma inconstância totalmente desnorteadora. Por
pensar demais. Por nem pensar. Por não ser. Por ser demais... Enfim. De pólos
extremamente opostos que se completam, que se ignoram, que se que se negam e
até renegam... Muitas vezes em minha instabilidade, me pego pensando em como eu
consigo conciliar toda confusão em meio a tanto caos pessoal... E encontro
respostas diversas, claro. A que mais se sobressai é a que diz que é aí que
está o segredo de tudo. A fuga de padrões, de previsões. Padrões são
expectativas e atingi-los são objetivos. Fugir disso é se livrar de cordas
frustradas que nos prendem a decepção. Por isso me faço assim e aprendi a me
aceitar assim... Na inconstância, na mudança, nos vários eu’s...
Belma Andrade